30 dezembro 2005
Sócrates nos Alpes Suiços
O nosso "primeiro" devia optar pelo produto nacional, aventurando-se nas "pretas vertiginosas" da Serra da Estrela, onde não só faria um brilharete, como as delícias das moçoilas da terra.
28 dezembro 2005
A pseudo-gaff de Cavaco
Penso que toda esta questão em torno da pseudo-gaff de Cavaco - ao sugerir a criação de uma secretaria de estado para se ocupar das empresas estrangeiras estratégicas em Portugal - se resume ao tipo de presidência que cada um de nós pretende.
Eu prefiro ter um presidente activo, dinâmico e que possua um real entrosamento com o governo, nomeadamente com as principais linhas orientadoras da sua política, do que o clássico presidente passivo, conciliador e ausente, de quem nos lembramos quando veta uma lei e que só aparece nos momentos de crise, para puxar as orelhas ao governo ou, pior, para o demitir.
Quanto a este caso concreto - da criação da secretaria de estado - parece-me que o presidente tem toda a legitimidade para o sugerir/debater o assunto com o governo, por exemplo no âmbito dos seus contactos regulares.
Cavaco caiu na armadilha: face à acusação de não ter ideias, foi longe demais e acabou por lançar na praça pública um tema que teria oportunidade de discutir mais tarde, em sede própria.
Ainda assim, este tema enquadra-se na clássica politiquice barata e inconsequente.
25 dezembro 2005
O Porto... a bater no fundo
Rua 31 de Janeiro
Uma baixa que já não cativa ninguém: lojas que buscam o preço mais baixo, sem preocupação quanto à qualidade ou diferenciação. Já não há público-alvo, o objectivo é ter público, qualquer que ele seja.
Best blogs of 2005
Não perder o melhor blog na área sectorial de fotografia, relativamente ao qual recomendo a consulta via flickr.
20 dezembro 2005
Presidenciais - ponto de situação
Cavaco Silva - 57.9%
Manuel Alegre - 16.2%
Mário Soares - 14.8%
Francisco Louçã - 5.8%
Jerónimo de Sousa - 5.3%
Ou seja, vitória logo na 1ª volta para Cavaco, que a serem "reais" estes valores, parte para a campanha com uma vantagem considerável.
Curioso Alegre aparecer "novamente" à frente de Soares. Parece que os vaticínios "certeiros" do Jorge Coelho se limitavam à Eurosondagens ;) Enfim, diga-se a bem da verdade, que nesta luta Soares-Alegre estamos muito em cima das margens de erro das sondagens, pelo que me parece pouco relevante discutir com base no resultado das mesmas quem vai à frente ou mesmo qual a tendência de qualquer das candidaturas.
É importante referir que Soares este muitíssimo bem no debate de hoje com Cavaco Silva, pelo que acredito que possa ter ganho uns pontos. A ver vamos...
As magnânimes pontes do Porto
Ponte da Arrábida (colocação do cimbre para execução do arco, em cima,
e estado final, em baixo)
Da autoria de Théophile Seyrig (a primeira) e Edgar Cardoso (as restantes),
todas estas pontes são obras notáveis de engenharia.
Qualquer destas constituiu, na sua tipologia, recorde mundial de vão
quando da sua construção.
18 dezembro 2005
17 dezembro 2005
Centro Materno-Infantil do Norte
“Provavelmente não haverá na cidade um projecto tão reclamado e sucessivamente adiado como o Centro Materno-Infantil do Norte (CMIN). Foi em 1977 que nasceu a ideia de construir um hospital para os cuidados da mulher e da criança para substituir o Maria Pia. Quase 30 anos depois, o Governo parece querer colocar um ponto final numa história com dezenas de avanços e recuos.
Já no início dos anos 90 foi criado um grupo de trabalho para estudar o perfil do CMIN, englobando o Maria Pia e a Maternidade Júlio Dinis.O arranque do projecto chegou a ser anunciado para 1993, mas mais estudos voltaram a adiar a sua execução. Quatro anos depois, um estudo prévio do Ministério da Saúde anunciava que o CMIN era para ficar nos terrenos do Bairro Parceria e Antunes, junto à maternidade. A Câmara do Porto assumiu os realojamentos e as demolições em Parceria e Antunes começam em 2002. Pouco depois, Luís Filipe Pereira, ex-ministro da Saúde , anunciava a construção do Materno-Infantil junto ao Hospital de S. João.
Novo Governo, nova alteração. Correia de Campos assumiu a pasta da Saúde e abandonou a ideia do seu antecessor, rejeitando a construção do CMIN junto ao "S. João". Em Abril deste ano, pediu soluções alternativas à Administração Regional de Saúde do Norte. O relatório acabou por concluir que não se justifica a construção de um Centro Materno-Infantil, dada a diminuição de partos na região. O trabalho indicava, contudo, a necessidade de construir um hospital pediátrico de raiz. A decisão de o colocar junto à Maternidade Júlio Dinis, anunciada ontem, recupera parte da ideia original, com metade dos recursos.”, in Jornal de Notícias
Será que finalmente podemos dizer que a novela acabou? Já teve claramente episódios a mais.
Aliás este é um perfeito exemplo de desperdício de dinheiro e de recursos.
Nós simplesmente não podemos viver de hesitações deste tipo, de avanços e recuos. A famigerada mania de “não decidir” ou de o fazer contra a posição político-partidária anterior, não pode ser uma opção.
Tortura, nós?
Desistentes procuram-se
Nada poderia ser mais fragilizador, nesta altura, do que o PS dar sinais de que, afinal, Soares, apesar de todo o peso histórico que arrasta, tem escassas possibilidades de bater Cavaco, caso não consiga convencer os seus adversários a retirarem-se da contenda. Como num negócio, o pior que se pode fazer nas circunstâncias políticas em que o PS voluntariamente se atolou em parceria com Soares, está em dizer claramente aquilo de que se está dependente para alcançar determinado objectivo. Se os factores decisivos estão nas mãos de outrem e o facto é publicamente confessado, o melhor que se pode almejar é ficar enredado numa posição negocial frágil. [...]", in Público.
Nesta conjuntura difícil não se olha a meios para atingir os fins, pelo que o apelo do PS à desistência dos seus congéneres de esquerda aparece naturalmente, apesar de, termos que convir que estes jogos de interesse são de todo dispensáveis e ferem os mais básicos conceitos da democracia representativa.
Em todo o caso, acho altamente discutível o suposto interesse da desistência generalizada dos candidatos de esquerda e consequente convergência em torno da candidatura de Soares. Isto porque os votos daquelas diversas candidaturas serão necessariamente superiores aos que resultariam de uma candidatura única de um qualquer candidato de esquerda, sendo assim mais profícua a primeira hipótese na tentativa de evitar a vitória de Cavaco logo na primeira volta.
A única vantagem que vejo nessa eventual convergência seria um hipotético efeito mobilizador, com uma "nova dinâmica" que se poderia criar, ainda assim, de resultados mais dúbios do que o bem mais tangível referido previamente.
16 dezembro 2005
Hooray!
Se o período que vivemos é de tolerância, o Governo é pela tolerância, a campanha eleitoral está a correr na maior tolerância, o candidato apoiado pelo PS faz há anos da tolerância uma bandeira, o Natal é tolerância. Porque não haviam os funcionários públicos de ter tolerância? [...]”
Não sou propriamente do “contra” e até me irrita profundamente essa postura, mas… havia necessidade disto? Obviamente não é um dia de trabalho que vai resolver os nossos problemas de produtividade, ou lançar-nos na retoma que sistematicamente todos os ministros das finanças prevêem para o “ano seguinte”.
Não. O problema é mesmo a postura laxista que se transmite para a sociedade.
Tolerância no dia seguinte?! Mas para quê? Será para curar os exageros gastronómicos da véspera? Ou para descansar da trabalheira de montar os brinquedos da pequenada?
É que não vislumbro qualquer outra justificação para tamanha benesse do nosso “primeiro”.
”[…] A época é de cortes. Sendo assim, o facto de 750 mil funcionários públicos não irem trabalhar vai fazer-se sentir no esforço de poupança com telefones, combustíveis, horas extraordinárias e até no papel higiénico.
Sócrates esteve bem. Deu um conforto aos concidadãos. A prenda que o forreta Cavaco não soube dar. [...]”
Ah, então está bem! ;)