Two roads

17 dezembro 2005

Centro Materno-Infantil do Norte

“Provavelmente não haverá na cidade um projecto tão reclamado e sucessivamente adiado como o Centro Materno-Infantil do Norte (CMIN). Foi em 1977 que nasceu a ideia de construir um hospital para os cuidados da mulher e da criança para substituir o Maria Pia. Quase 30 anos depois, o Governo parece querer colocar um ponto final numa história com dezenas de avanços e recuos.

Já no início dos anos 90 foi criado um grupo de trabalho para estudar o perfil do CMIN, englobando o Maria Pia e a Maternidade Júlio Dinis.O arranque do projecto chegou a ser anunciado para 1993, mas mais estudos voltaram a adiar a sua execução. Quatro anos depois, um estudo prévio do Ministério da Saúde anunciava que o CMIN era para ficar nos terrenos do Bairro Parceria e Antunes, junto à maternidade. A Câmara do Porto assumiu os realojamentos e as demolições em Parceria e Antunes começam em 2002. Pouco depois, Luís Filipe Pereira, ex-ministro da Saúde , anunciava a construção do Materno-Infantil junto ao Hospital de S. João.

Novo Governo, nova alteração. Correia de Campos assumiu a pasta da Saúde e abandonou a ideia do seu antecessor, rejeitando a construção do CMIN junto ao "S. João". Em Abril deste ano, pediu soluções alternativas à Administração Regional de Saúde do Norte. O relatório acabou por concluir que não se justifica a construção de um Centro Materno-Infantil, dada a diminuição de partos na região. O trabalho indicava, contudo, a necessidade de construir um hospital pediátrico de raiz. A decisão de o colocar junto à Maternidade Júlio Dinis, anunciada ontem, recupera parte da ideia original, com metade dos recursos.”, in Jornal de Notícias.

Será que finalmente podemos dizer que a novela acabou? Já teve claramente episódios a mais.

Aliás este é um perfeito exemplo de desperdício de dinheiro e de recursos.

Nós simplesmente não podemos viver de hesitações deste tipo, de avanços e recuos. A famigerada mania de “não decidir” ou de o fazer contra a posição político-partidária anterior, não pode ser uma opção.

Hoje em dia, a velocidade da evolução da economia, da tecnologia, da sociedade em geral, não se adequa com este tipo de atitude.

É preciso estudar, ponderar, fundamentar e… decidir! Depois, não menos importante, é preciso respeitar as opções tomadas, mesmo que sejam de outros. Só assim é possível avançar.