Two roads

29 junho 2005

Túnel do Marquês

Efectivamente ficava bem ao nosso amigo Sá 'Che' Fernandes pagar qualquer coisinha dos 5 milhões de Euros.

Porque é que será que tenho a impressão que em última instância vou ficar eu (e todos nós) a arder com o custo da paragem?!

"Os construtores do Túnel do Marquês, em Lisboa, estão a pedir à Câmara Municipal uma indemnização de cinco milhões de euros pelo tempo que a obra esteve parada no ano passado, revelou esta terça-feira o presidente da autarquia, Pedro Santana Lopes.

Segundo o autarca, o número ainda será negociado, mas seja qual for o valor, a CML pretende depois pedir contas ao advogado José Sá Fernandes, responsável pela providência cautelar que obrigou ao encerramento da obra durante sete meses.", in diariodigital

26 junho 2005

Arrastão, qual arrastão?

Afinal, segundo nos refere a deputada Ana Drago, não precisamos ter qualquer preocupação: o já famoso arrastão de Carcavelos não passou de uma ficção da comunicação social.

"não houve arrastão,[...] o que aconteceu foi uma fuga de jovens de uma carga policial indiscriminada", in Público

Pior que não ver... é não querer ver.

24 junho 2005

Matemática



Acerca do gosto pela matemática, todos certamente concordamos que é fulcral nasça logo no 1º ciclo, naquelas pequenas coisas que criam nas crianças um "sentir-se em casa" com os números, que mais tarde se repercute decisivamente neste âmbito.

Ora é interessante constactar que até aqui, um professor do ensino básico pode ter o seguinte "curriculum matemático":
- ter chumbado a matemática logo no 9º ano;
- ter fugido da matemática até ao 12º ano;
- ir para a ESE e passar ao lado da matemática.

Eu diria que só com muito optimisto podemos esperar que a introdução à matemática facultada por este hipotético professor estará ao nível de exigência que se pretende.

Numa coisa o Eng. Sócrates tem razão: o sistema educativo tem que mudar logo desde o 1º ciclo, pois as consequências reflectem-se imediatamente nos seguintes. Mas é necessário mudar o fundamental! De nada adianta mudar os adornos e deixar intacto o âmago.

Ainda a propósito do 1º ciclo, há agora a intenção do governo de alargar o horário de funcionamento das escolas até às 17h30.
Bem, não sei até que ponto o governo está a ponderar as consequências desta medida radical!
Não nos podemos esquecer que estamos a falar de uma classe profissional que só trabalha metade do dia. Parece-me que pode ser deveras traumatizante alterar assim abruptamente o seu horário laboral, porventura anti-constitucional mesmo!
Até porque, segundo os próprios dizem, esta é a classe profissional mais desgastante que existe.
Funcionários de pedreiras? calceteiros? mineiros? nada disso! isso não é nada comparado com o desgaste dos... professores do 1º ciclo!

23 junho 2005

Gee, you're a sick bastard

16 junho 2005

"oh corta aí um bocadinho"

"Linha do metro terminará antes da entrada da Urgência do "S. João"

A Linha Amarela, que ligará o Hospital de S. João a Laborim, terminará antes do acesso à Urgência, não cruzando à superfície as três principais entradas daquela unidade saúde, conforme estava previsto no projecto original. Ontem, a secretária de Estado dos Transportes recomendou, por despacho, isso mesmo à Metro do Porto. Durante a tarde, o presidente do conselho de administração da empresa, Valentim Loureiro confirmou que vai acatar o pedido. Terminam, assim, mais de quatro meses de braço-de-ferro entre a comissão ad hoc e a Metro do Porto, a propósito do projecto para a envolvente do Hospital de S. João.

Agora, a Metro do Porto deverá repôr o pavimento na zona para lá da entrada principal, onde as obras seguiam já em fase adiantada e cobrir o acesso à trincheira para recolha dos veículos, por onde a linha seguiria, numa segunda fase, até à Maia. Mas ao que o COMÉRCIO apurou junto de fonte do Governo não será adiantada qualquer verba para financiar as alterações ao projecto.[...]"
,in "O Comércio do Porto".

Mais uma decisão à típica portuguesa:
Está mal? Corta-se ali um bocadinho e já está!
Os exemplos de caos urbanísticos que florescem pelo nosso país são o reflexo de décadas de decisões destas.

Por muitas críticas que possa haver ao projecto de inserção urbana no S.João, acho curiosos os mitos que nestas situações são sistematicamente proferidos:
- o "caos" no trânsito;
- vão ser filas intermináveis de carros;
- vai criar uma barreira intransponível;
- o ruído vai ser insurdecedor;
- etc, etc...

Ter a memória curta já é mau, mas não olhar para o exemplo ali ao lado é muito pior.

Já alguém se esqueceu do caos profetizado para a Rua Brito Capelo, em Matosinhos?! (onde o veículo anda ao longo de arruamento pedonal)
Aquela artéria comercial ia ficar completamente desvirtuada, iam ser dezenas de mortos por dia, o ruído ia ser insuportável.
Afinal... é um exemplo claríssimo em como o Metro convive perfeitamente com o trânsito pedonal e onde a requalificação efectuada transformou por completo o espaço público com um inegável incremento de qualidade.

Quanto ao acesso das âmbulancias ao S.João, ligado ao mito das filas de automóveis, parece-me evidente que o Metro não cria filas, mas antes re-ordena a malha viária, fazendo com que esta flua melhor. Quantos de nós já não estivemos parados nas filas da circunvalação enquanto uma ambulância a 5km/h luta arduamente para passar entre os carros? É para continuar!

No meio da confusão criada e decorrente dos péssimos decisores políticos que temos, o resultado é sempre o mesmo:
1) quem perde (e quem paga!): a população.
2) quem ganha: o empreiteiro.

Isso sim, confesso, chateia-me!

13 junho 2005

Álvaro Cunhal (1913 - 2005)

Morreu Álvaro Cunhal, personalidade que marcou de forma indelével a história política portuguesa do último século.

Enorme vulto do PCP, é porventura o maior ícone português da resistência, da luta pela liberdade e pelos ideais anti-fascistas.

Não obstante ter nascido no seio de uma família burguesa, as suas fortes convicções levam-no a lutar pelos ideais que lhe conhecemos e a escrever uma vida verdadeiramente heróica.

Hoje, mais do que nunca, a democracia madura necessita disto, de pessoas com ideais convictos, não conformistas, que mais extremistas ou mais consensuais, contribuam para debates abertos e profícuos, que respondam às reais necessidades da sociedade.

"Quando se tem um ideal, o mundo é grande em qualquer parte", dizia, referindo-se aos 8 anos que passou numa cela em isolamento.

09 junho 2005

Incompetência autárquica

Sobre a assembleia geral da CMPorto em que se discutiu a Inserção Urbana da Av.dos Aliados, onde estiveram presentes os projectistas Arq.tos Souto Moura e Siza Vieira, comentava o JN:

"As questões políticas dominaram numa noite em que se esperavam críticas ao projecto de requalificação do coração da cidade. Convidados a apresentar os "planos" para a sala de visitas do Porto, os arquitectos Souto Moura e Siza Vieira convenceram os deputados da Assembleia Municipal. Depois de exporem os argumentos e as opções tomadas no projecto, não se ouviu na sala qualquer crítica.

A tal ponto que o deputado do PP, Vasco Morais Soares, se insurgiu "Quase me dá vontade de pedir desculpa aos arquitectos que aqui vieram expor um projecto por terem de assistir a uma discussão que é puramente política e partidária".

Rui Rio também não gostou do que viu e, em declarações aos jornalistas, atacou a atitude dos deputados da Oposição. "Acho triste. A Assembleia convida os arquitectos e as pessoas não sabem dizer nada sobre o projecto, até concordam. Mas depois dizem que não há debate no próprio debate. Isto já é do foro psiquiátrico", afirmou o presidente da Câmara."

Mas então, depois de resmas de artigos de jornal sobre o assunto, de manif's acaloradas e mesmo uma moção de censura ao executivo por falta de debate... ninguém comenta/critica a apresentação do projecto, havendo inclusivé 2 deputados municipais da oposição que abandonam a sala na altura da votação?!

Notável a forma descontraída com que os nossos políticos (autárquicos) abordam os temas que influem directamente no nosso quotidiano, essa sim é a verdadeira imagem da falta de produtividade de que tanto se fala. Ela está aqui, nos nossos dirigentes, não nos cantoneiros da câmara municipal.

No meio da "brincadeira", o interesse público acaba por ser o menos relevante, acessório mesmo.

E o pior é que estes "artistas" acabam eleitos numa qualquer eleição futura.

08 junho 2005

A decisão



Enquanto os nossos políticos não se conseguem decidir, o jornal "O Primeiro de Janeiro" num momento único de verdadeiro êxtase de discernimento, conseguiu ver o que ninguém via.
Qual referendo à boa maneira Guterrista, aí está "a Sondagem", essa que vai acabar com a indecisão.
Ainda assim, não posso deixar de comentar: então e a opção de efectuar um viaduto? tss tss

A luta contra o défice


Nos momentos difíceis... os portugueses unem-se.

Já que estamos a falar da questão do défice, que recorrentemente nos atormenta, podíamos aproveitar a onda de contratações que se vive neste período de defeso e efectuar uma de peso.

Deixávamos o Dr.Campos e Cunha ir desfrutar a sua bela reforma para as Galápagos e contratávamos o sr. da foto.


Rodrigo Rato, que na última década fez a Espanha disparar para a potência económica que é hoje. Isso sim seria audácia caro Eng. Sócrates! :)

07 junho 2005

Declaro aberto o blog "Two Roads"

Um novo blog que à imagem da sua descrição visa incentivar todos os potenciais participantes a pensar diferente.

Para escrever basta pensar, ter ideias críticas sobre as realidades e ousar desafiar os consensos.

Bem vindo/a! :)