Photoblog

No meu Photoblog

Espírito Finlandês

O falso perfeccionismo

"Tinha um amigo Suiço, da Univ.de Lausanne que dizia:
"Vocês têm um defeito tremendo, Portugal é o país mais difícil em que eu trabalhei.
Têm boa capacidade técnica, são inteligentes, mas eu faço um estudo, vocês analisam e encontram vários defeitos.
Modifico, entrego outro e encontram mais uma série de defeitos.
Demoro anos para conseguir entregar uma coisa que vocês aceitem, e vocês acabam por não fazer nada!"
Estamos sempre a melhorar e não implementamos nada. Temos sempre o melhor do mundo! No outro dia, fui à Casa da Música e, mal cheguei, disseram-me que era a melhor sala da Europa. Fiquei logo irritado! Nós, que não temos onde cair mortos, temos outra vez a melhor sala da Europa? Este é o país em que vivemos. Portugal precisa de gente que faça coisas!", Álvaro Magalhães in Engenharia e Vida

Peter Testa

Peter Testa e Devyn Weiser fundaram nos anos 90 a Testa Inc.. Sediado em Los Angeles, é um gabinete de arquitectura que visa conceber projectos que integram preocupações artísticas, de ciências de materiais e de engenharia avançada. São conhecidos pela sua obcessão pelos materiais compósitos.

Peter Testa tem um projecto para a construção de uma torre de 40 pisos com uma estrutura resistente em fibras de carbono. Nada de betão ou aço. O projecto desta torre prevê ainda a utilização de outros materiais compósitos, nomeadamente na criação dos pavimentos, em ETFE, sigla para ethyl tetra fluoro ethylene, um material translúcido de última geração, substituto "perfeito" do vidro, já que pesa 1% deste e suporta 400 vezes o seu peso. Os pavimentos funcionam como membranas apoiadas na estrutura periférica, essa sim em fibras de carbono.

Face às estruturas habituais neste tipo de torres, Testa refere que este projecto é esteticamente mais bonito, extremamente eco-eficiente quanto ao seu processo construtivo, e... mais barato!

Na torre, 34 cordões de fibras de carbono com cerca de 25mm de espessura e 200m de comprimento, são dispostos de forma helicoidal, formando uma grelha que permitirá suportar as cargas impostas à estrutura. Estes cordões são realizados in situ, de forma robotizada, num procedimento também idealizado por Testa: "You just bring a bundle of fibers and some plastic to the site, and then you manufacture the building right there".

Sonhador? Visionário? Talvez um pouco de ambos.

"I'm not a futurist. This is really a very pragmatic project."

Mais informações aqui, aqui e aqui.