Soares, outra vez?
Julgo que cada vez mais a sociedade civil exige dos políticos competência efectiva, provas tangíveis do seu valor.
Existe uma nova geração que, feliz ou infelizmente, não viveu Abril, que sempre assumiu os ideais de liberdade, pluralismo e estabilidade democrática como adquiridos, como inalteráveis. São esses que em grande medida tendem a dar mais valor aos técnicos ou demais "plebeus" que na sociedade, por mérito próprio e pela sua capacidade, evoluem para funções políticas, em detrimento dos políticos que fundamentam o seu curriculum vitae em cargos políticos anteriores.
Não haja qualquer dúvida quanto a Soares possuir um passado político de inegável valor, a quem o país muito deve e cujos profundos ideais sociais permitiram fazer a transição do Salazarismo para o regime social, estável e maduro que hoje podemos desfrutar.
Mas será que é quem necessitamos hoje para Presidente da República? Talvez na sua cabeça (de Soares) seja. Pessoalmente penso que só um saudosismo irracional poderá chamar alguém a votar (outra vez) em Soares. Embora naturalmente respeite essa eventual opção.
O problema não é Soares estar velho, mas a sua consciencia política não se ter renovado ao longo dos últimos 30 anos. De facto, representa e defende os mesmos ideais de então, perseguindo-os com inegável veemência, esses que hoje não passam de moinhos de vento.
Soares apresenta ainda um "tique" estranho, fundamentalmente para quem já ocupou por várias vezes o cargo para qual se candidata: uma evidente falta de isenção partidária. Com efeito, esperar-se-ia do passado político de Soares uma posição muito mais suprapartidária do que a que apresenta. É notória a forma como se "cola" ao PS, como se intromete na politiquice mesquinha partidária (essa que qualquer universitário idealista discute acaloradamente com os colegas) e como ataca ferozmente os fantasmas fascistas que vê em cada político de direita.
O Soares que se candidata à posição de Presidente da República é o mesmo que há uns míseros meses dizia que estávamos na eminência de um golpe de estado militar. Alguém está a ver muito mal este país: ou eu, ou o Dr. Mário Soares.
Soares cometeu um grave erro, esse que o próprio tão bem definiu pouco antes de apresentar a sua candidatura: não soube sair de cena. Merecia um final político mais digno do que o que lhe auguro.
Existe uma nova geração que, feliz ou infelizmente, não viveu Abril, que sempre assumiu os ideais de liberdade, pluralismo e estabilidade democrática como adquiridos, como inalteráveis. São esses que em grande medida tendem a dar mais valor aos técnicos ou demais "plebeus" que na sociedade, por mérito próprio e pela sua capacidade, evoluem para funções políticas, em detrimento dos políticos que fundamentam o seu curriculum vitae em cargos políticos anteriores.
Não haja qualquer dúvida quanto a Soares possuir um passado político de inegável valor, a quem o país muito deve e cujos profundos ideais sociais permitiram fazer a transição do Salazarismo para o regime social, estável e maduro que hoje podemos desfrutar.
Mas será que é quem necessitamos hoje para Presidente da República? Talvez na sua cabeça (de Soares) seja. Pessoalmente penso que só um saudosismo irracional poderá chamar alguém a votar (outra vez) em Soares. Embora naturalmente respeite essa eventual opção.
O problema não é Soares estar velho, mas a sua consciencia política não se ter renovado ao longo dos últimos 30 anos. De facto, representa e defende os mesmos ideais de então, perseguindo-os com inegável veemência, esses que hoje não passam de moinhos de vento.
Soares apresenta ainda um "tique" estranho, fundamentalmente para quem já ocupou por várias vezes o cargo para qual se candidata: uma evidente falta de isenção partidária. Com efeito, esperar-se-ia do passado político de Soares uma posição muito mais suprapartidária do que a que apresenta. É notória a forma como se "cola" ao PS, como se intromete na politiquice mesquinha partidária (essa que qualquer universitário idealista discute acaloradamente com os colegas) e como ataca ferozmente os fantasmas fascistas que vê em cada político de direita.
O Soares que se candidata à posição de Presidente da República é o mesmo que há uns míseros meses dizia que estávamos na eminência de um golpe de estado militar. Alguém está a ver muito mal este país: ou eu, ou o Dr. Mário Soares.
Soares cometeu um grave erro, esse que o próprio tão bem definiu pouco antes de apresentar a sua candidatura: não soube sair de cena. Merecia um final político mais digno do que o que lhe auguro.
2 Comments:
Nas próximas presidenciais há duas coisas que me entristecem e me deixam apreensiva...
Uma delas é referida neste post e prende-se com o facto de um homem, com a craveira de Mário Soares, não perceber que o pano já caiu e passou a hora de sair de cena. Arrisca-se assim a ser lembrado não pelo papel preponderante que teve na história recente do país, mas sim, por estas eleições que pouco ou nada vão contribuir para a melhoria da sua imagem, isto para não dizer que só servirão para o denegrir (como de resto se tem visto pelo mau debate a que temos assistido...).
O outro motivo causador de tristeza e mesmo de algum pessimismo (já abordado noutro blog: http://ipotenusa.blogspot.com/2005/08/e-ns-deriva.html), relaciona-se com o facto de os candidatos a Belém não trazerem nada de novo (sem demérito para eles).
Regressando à metáfora do teatro, voltam à cena para mais um encore, depois do pano caído e de existirem vários lugares vagos na plateia, por o público já não ter pachorra para mais (do mesmo).
Ao olhar o nosso país, só consigo pensar no título de um livro, escrito antes de sermos livres da ditadura de Salazar-Caetano, antes de sermos presos pela "ditadura" Soares-Cavaco: "Portugal e o futuro"!?
By ACP, at 11:13
Mário Soares está a esticar a corda. É tempo de ficar por umas palestras e a escrever a suas memórias. Já não tem ideias modernas para o Sec. XXI. Ainda está a tempo de ser lembrado como o Marquês de Pombal do Sec. XX mas corre o risco, com esta candidatura, de ser uma cópia descolorada do Eusébio que, não sabendo sair no tempo certo e preservar a sua auréola, anda agora por tudo o que é bar ou clube nocyurno de Lx a facturar autógrafos e a promover( e a enfrascar-se) marcas de Scotch .
Mas tb Cavaco é uma tecnologia já ultrapassada. Esteve bem num tempo certo; já foi regeitado pelo Povo para este cargo e agora apenas está a capitalizar o efeito crise - económica e de valores. Precisávamos de gente mais nova - nas ideias e na visão de futuro. E felizmente até há muitos bons Portugueses capazes mas, com as confrarias políticas que temos, não querem participar no arraial. Para mal de todos nóa que vemos, uma vez mais, adiado o nosso futuro.
By Anónimo, at 12:41
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