O ABC da dança no "Baroomm" (já não há desculpas...)
Tudo começou há três anos. "Um dia apareceu aqui na escola de dança um professor russo especializado em cabaré." Teresa, que além de professora de dança é a proprietária da escola Círculo de Dança de Lisboa, não tinha lugar para ele, mas soube que o Champanhe, um clube de striptease em Lisboa, andava à procura de professores de dança. Ele não falava português e ela acompanhou-o. Durante três meses, aprendeu, dançou e aperfeiçoou as danças da sedução lado a lado com as bailarinas do clube de strip.
Mais tarde, ao assistir a um programa da apresentadora de televisão norte-americana Oprah Winfrey sobre uma professora de dança no varão, Teresa teve a ideia: e se eu ensinasse isto a alunas comuns, mulheres que queiram ser mais sensuais? E assim foi. As aulas estão cheias de alunas de todas as idades (já são mais de cem), e quem começa no primeiro nível não desiste enquanto não chega ao terceiro.
Teresa Mendes não deixou de ficar surpreendida com a enorme adesão. Até porque, assegura, "há ainda muito preconceito associado a este tipo de dança". Foi também por isso que a professora se preocupou em arranjar um nome positivo para este workshop: "As pessoas ainda associam a dança com varão às dançarinas de striptease. E, infelizmente, ainda há quem ligue o striptease à prostituição. Por isso, chamei a estas aulas 'divinas'. Porque acho que é como as mulheres se sentem, quando aprendem a dançar e a seduzir pela dança."
As alunas dizem que sim. Que nunca se sentiram tão sensuais. Que nem sabiam ter dentro de si tamanha carga erótica. Que estão mais femininas que nunca. Algumas vão mesmo mais longe e garantem que as relações com os companheiros nunca foram tão felizes. Inês Silva é uma das aprendizes do workshop. Diz que as "divinas" viciam: "Começamos a sentir-nos progressivamente mais femininas e isso depois repercute-se na vida do dia-a-dia."
Aprender a dançar no varão tem muito que se lhe diga. Leva tempo. E custa dinheiro. Teresa Mendes dividiu a aprendizagem em três níveis, cada um com oito horas de aulas. Cada um por 150 euros. "No primeiro nível aprende-se a descer. No segundo, a voar. No terceiro, aprende-se o mais difícil: a subir." Importante mesmo é saber sair do varão com graciosidade. "Não há nada mais triste do que fazer um brilharete no varão e depois sair dele de forma desajeitada e patética", remata Teresa enquanto exibe a sua própria elegância num sugestivo voo.
Quando as discentes sentem que já dominam a "arte" do varão, o desejo primeiro é, justamente, mostrar à cara-metade do que são capazes. E até nisso Teresa Mendes pensou. No Círculo de Dança de Lisboa há varões para alugar e até para vender. Fixos ou móveis. "Quem quiser alugar um varão paga 25 euros por dia." Quem quiser comprar terá de desembolsar 200 euros. E até há varões no mercado que têm um gancho próprio para o disfarce: "O gancho é para pendurar um vaso e enganar a sogra. Afinal, o que é que ela ia pensar se visse aquilo lá na sala do filho e da nora? Assim, com uma planta pendurada, fica muito mais versátil!", in DN Online
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